quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

DETENTOS SE REBELAM EM MARACANAÚ

Policiais militares do Comando Tático Motorizado (Cotam) e do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) foram chamados para controlar a situação dentro da cadeia pública e isolar a área externa que ficou repleta de curiosos Fotos: Kléber Gonçalves

Os detentos da Cadeia Pública de Maracanaú, cidade da Região metropolitana de Fortaleza (27 Km da capital) se rebelaram, na tarde de ontem, e destruíram grande parte das instalações, ao atearem fogo em colchões e em suas próprias roupas. De acordo com a direção da unidade penitenciária, os presos queriam que as chamas fizessem com que os policiais saíssem do recinto para que eles fugissem.


Ao todo, 76 pessoas estavam sendo custodiadas em seis xadrezes. Por conta dos danos causados na estrutura, 41 deles foram transferidos para as Casas de Privação Provisória de Liberdade (CPPLs) II, III, IV.

Fogo

"Quatro dos seis xadrezes não têm condição nenhuma de receber pessoas. Em uma das celas eles conseguiram abrir um buraco e as outras três estão totalmente queimadas. Vão ficar aqui somente os detentos que puderem ser abrigados nos dois xadrezes que restaram", afirmou o diretor da unidade, Paulo José Cavalcante Sousa.

Segundo o diretor, toda a confusão aconteceu porque a direção estava tomando medidas para impedir que drogas chegassem até os detentos. Ainda de acordo com ele, na quinta-feira passada, os detentos fizeram algumas reivindicações e, ontem, a administração se comprometeu a conversar a respeito.
A rebelião foi controlada somente com a chegada do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e do Comando Tático Motorizado (Cotam), ambas unidades pertencentes ao efetivo do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), da PM. Equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) também foram acionadas para prestar assistência.

"Estava tudo acertado que teríamos a conversa, mas quando terminou o banho de sol eles se recusaram a entrar nas celas. Conversamos, tentamos resolver e entrar em um acordo. Eles prefeririam a rebelião", disse Paulo José. Ele informou, que a proibição de entrada das drogas acirrou os ânimos dos detentos.

Componentes da guarda externa da cadeia tiveram que sacar suas armas para impedir que houvesse uma fuga em massa durante a rebelião dos presidiários

"As pessoas passavam pela rua e jogavam drogas para dentro da cadeia. Fizemos um trabalho para que isso não acontecesse mais, fazendo patrulhamento nos arredores. Eles (os detentos) acabaram se revoltando. Na última sexta-feira, uma pessoa tentou entrar aqui com um colchão em que encontramos três celulares e 11 chips escondidos", declarou o gestor.

Festas

Para Paulo José, o período de fim de ano também é mais tenso dentro das unidades prisionais. A vontade de estar com os entes e aproveitar as festas, seria um motivo para agitar os ânimos dos custodiados.

O sargento PM Rubens Ribeiro, comandante da Força Tática de Apoio (FTA) do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), disse que nenhum detento ficou ferido. "O Samu foi acionado para acompanhar os trabalhos, já que havia muita fumaça e não poderíamos prever se alguém seria afetado por ela. Alguns policiais, que arriscaram suas vidas para salvar os detentos, entraram em contato com as chamas e achamos por bem que o Samu ficasse de sobreaviso, mas não há registro de feridos de nenhuma natureza", afirmou.

Muitos familiares dos presos foram até a Cadeia para saber da situação de seus entes. Ao tomar conhecimento das transferências, muitas mulheres pediram explicações sobre o destino que tomariam.

Elas disseram que as visitas e o banho de sol dos presos estavam acontecendo em horários reduzidos e, por isto, eles teriam se revoltado. A direção nega a versão e diz que, no momento em que o motim começou os presos estavam no pátio, como acontece de costume, nas terças e quintas-feiras. O diretor resume a confusão dizendo que não há outro motivo aparente.

"Foi deles contra a administração. Não havia nenhum problema interno, ou, superlotação. Foi uma resposta ao nosso trabalho de restrição ao tráfico", disse Paulo José Cavalcante.

Outro motim

No começo da noite passada, um grupo de 19 adolescentes se rebelaram no Centro Educacional Patativa do Assaré, no bairro Ancuri, em Messejana. Duas unidades do Gate foram mobilizadas e a situação foi controlada.

AUTOR: DN

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