“A única forma que eu via, naquele momento, de sair dali o mais rápido e chegar até Xangai era fazendo o que eles queriam”, relata o empresário, que ainda está na China, à TV Anhanguera, pela internet.
Apesar de afirmar ser inocente, a família juntou dinheiro com amigos e depositou US$ 200 mil para os chineses. Agora, a família tenta trazê-lo de volta em segurança. “A família mandou US$ 200 mil porque foi a condição que eles impuseram para que liberassem o Daniel para voltar ao Brasil. A família peregrinou, pegou com amigos e emprestado de agiota, juntou esses US$ 200 mil e mandou. Quando eles receberam esse valor, mudaram a fala e disseram que não mandariam [de volta ao Brasil] o Daniel se ele não mandasse o resto do valor que ele confessou sob coação”, explica o advogado do empresário, Adélio Braz de Paula.
Resgate
O secretário de Assuntos Internacionais do Estado de Goiás, Eli Chidiac, comenta o que foi constatado sobre a situação do jovem. “Daniel, anteriormente, estava praticamente em cárcere privado. Realmente, depois da interferência do Consulado Geral do Brasil em Xangai, e do deslocamento do cônsul-adjunto à cidade e à fábrica onde o Daniel se encontrava, conseguiu resgatá-lo e levá-lo para Xangai com seu passaporte em mãos”, relata Chidiac.
Antes de sair da fábrica e seguir pra Xangai, Daniel gravou um vídeo. “Eu estou aqui, fui sequestrado. Eu estou aqui em cárcere privado, mas se Deus quiser, a vitória é nossa”.
Negócios
De acordo com o próprio empresário, em 2010 ele abriu uma empresa pra distribuir em Goiânia tecidos importados da China. Os negócios iam bem até o dia 28 de outubro, quando ele desembarcou na província de Shaoxing.
Quando Daniel chegou à fábrica foi surpreendido pela notícia da suposta dívida. Ele conta que quando já estava na China foi obrigado a assinar um documento de confissão de dívidas, reconhecendo que comprou e recebeu no Brasil produtos dos chineses. De acordo com o documento, o empresário admite que não havia feito o pagamento e por isso devia quase US$ 900 mil para empresa da China. Ele também se compromete, no papel, a resolver a dívida ate o dia 10 deste mês.
“Fui surpreendido e sequestrado dentro da fábrica, e ali dentro da fábrica, cercado por diversos capagangas, diversos homens que se diziam da máfia chinesa. Começaram a me ameaçar, a me agredir verbalmente, emocionalmente, psicologicamente, e me obrigaram a assinar diversos documentos.
Apelo
Enquanto está retido na China, Daniel preocupa-se com os negócios. “As coisas no Brasil estão todas paradas. Estou tendo um prejuízo tamanho, estou tendo que bancar uma situação aqui na China, hotel, comida, alimentação, transporte. Tudo isso vai dinheiro e eu estou aqui de mãos e pés atados. Eu preciso de uma providência o mais rápido possível. Preciso retornar para o meu país porque eu acredito nas autoridades do meu país e acredito que essa situação vai se resolver o mais breve possível. Afinal de contas, eu fui sequestrado”, apela o empresário.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil alega que já deu o suporte necessário. A partir de agora, é o empresário goiano que precisa provar junto ao governo chinês que não tem nenhuma dívida. Quanto à questão do tempo para a solução do problema, o Itamaraty informou que o caso depende da agilidade da justiça chinesa.
AUTOR: G1/GO
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