sábado, 19 de março de 2022

EM FORTALEZA, QUILO DO CARIOQUINHA DEVE PASSAR DOS R$ 20

 

Crédito: Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba

As consequências da guerra da Ucrânia já atingem a rotina dos cearenses. Primeiro foi a alta nos combustíveis. Agora, é o preço do pãozinho que disparou.

Em uma padaria de Fortaleza visitada pela reportagem, o preço do quilo do pão carioquinha subiu de um dia pro outro quase R$ 2. Na quinta-feira (17), custava R$ 17 o quilo. Nesta sexta-feira (18), o valor chegava próximo de R$ 19.  

As panificadoras cearenses não tiveram outra opção a não ser repassar o aumento do preço do trigo para o consumidor. O motivo desse aumento foi a disparada no preço do trigo por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia. 

A previsão do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria no estado do Ceará (Sindipan) é de que o quilo do carioquinha em Fortaleza ultrapasse R$ 20. 

Com o trigo mais caro, todos os produtos como os bolos, biscoitos e bolachas também aumentam. Inclusive o pão de coco, tradicional dos cearenses nesta época do ano e que dessa vez deve ser o mais caro da história.

Inflação sobe em fevereiro; Educação, alimentação e bebidas sofreram os maiores impactos

Desde 2015 a economia brasileira não registrava índice de inflação tão alto para o mês de fevereiro. Naquele ano, a inflação registrada foi de 1,22%. Em fevereiro deste ano, o índice teve alta de 1,01%. Esse número é 0,47% maior que o registrado em janeiro (0,54%). No ano, a alta acumulada é de 1,56%. E nos últimos 12 meses, o índice teve alta acumulada de 10,54%. As informações são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias.

Os setores que mais contribuíram para a alta da inflação foram Educação, com 5,61%, e Alimentação e Bebidas, com 1,28%. Os dois grupos juntos representaram 57% do IPCA de fevereiro.

No campo da Educação, os cursos regulares foram os que tiveram maior impacto. Ensino fundamental (8,06%), pré-escola (7,67%) e ensino médio (7,53%) foram os maiores destaques desse segmento. No ensino superior, a alta foi de 5,82% e na pós-graduação o aumento foi de 2,79%. Cursos de idioma subiram 7,29%.

No grupo de Alimentação e Bebidas, os aumentos são sucessivos desde janeiro de 2020. Apenas no mês de novembro de 2021 houve queda discreta de 0,04%. A alta acumulada nos últimos 12 meses é de 9,12%. Contribuíram para esse aumento fatores climáticos, como excesso de chuvas e estiagens em várias regiões do país. A batata inglesa teve variação de 23,49%. Já a cenoura subiu 55,41%.

O preço do frango registrou queda. O valor do frango inteiro caiu 2,29%. A versão em pedaços reduziu 1,35%. Em janeiro, as reduções respectivas foram de 0,85% e 0,71%.

O maior vilão dos últimos 12 meses, que contribuiu para a alta da inflação, foi o preço dos combustíveis. A alta acumulada foi de 33,33%. Em fevereiro, no entanto, o item caiu 0,92%. A gasolina recuou 0,47% e o diesel subiu 1,65%. O etanol, por outro lado, teve queda de 5,04% e o gás veicular subiu 2,77%.

Ainda no mesmo grupo de Transportes (0,46%), o preço dos automóveis novos teve alta de 1,68%. É o 18º mês consecutivo de aumento. Os usados subiram 1,51% e as motocicletas aumentaram 1,72%. 

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