sexta-feira, 13 de junho de 2014

MORTE DE ADOLESCENTE APÓS RAVE EM SÃO PAULO É APURADA PELA POLÍCIA

Mariana Carniel Ricci morreu dois dias após completar 17 anos (Foto: Valdinei Malaguti/EPTV)

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar as circunstâncias da morte da estudante Mariana Cristina Carniel Ricci, após um mal estar no último domingo (8), quando participava de uma festa rave em Jardinópolis (SP). A jovem foi socorrida pelos amigos e levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Ribeirão Preto (SP), mas foi liberada. Em casa, Mariana passou mal novamente e foi internada um dia depois no Hospital das Clínicas (HC-RP), onde morreu nesta quinta-feira (12), dois dias após completar 17 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada.

O delegado Renato Savério, que chefia a investigação do caso, explicou que a jovem não deveria ter participado do evento, por ser menor de idade, e que esse é o principal tema do inquérito. Segundo Savério, caso seja constatado que houve negligência, os responsáveis podem responder por homicídio. A organização da rave informou, por telefone, que não vai se pronunciar sobre o assunto, até ser comunicada oficialmente sobre o caso.

Este é o segundo crime envolvendo a mesma festa a entrar na mira da Polícia Civil. A delegacia de Jardinópolis também investiga o caso de um homem de 28 anos, que foi baleado na cabeça no estacionamento do evento. Peritos constataram que um dos vidros do carro da vítima estava quebrado, marcas de sangue foram encontradas no interior do veículo e um projétil deformado no banco do passageiro. O rapaz foi internado, mas não corre risco de morrer.

Mal estar
A jovem Patrícia da Silva, de 25 anos, estava com Mariana na rave e disse acreditar que algum tipo de substância foi colocada na bebida da amiga, sem que ela soubesse. Patrícia também nega que Mariana tivesse usado algum tipo de entorpecente. "Ela falou que não tinha ingerido nada. Ela não pegou nada de ninguém. Com certeza colocaram alguma coisa na bebida dela ou ela bebeu no copo de alguém e não sabia, a pessoa não falou", disse.
Irmão diz que Mariana reclamava de dor, um dia após ser atendida (Foto: Valdinei Malaguti/EPTV)

Ainda segundo Patrícia, Mariana vomitava muito, tinha dificuldades para falar e andar. "Ela se queixava de dor de cabeça e vomitava sem parar. Quando mais ela vomitava, mais ela pedia água e quanto mais ela bebia água, mais ela vomitava", afirmou.

Já outra amiga de Mariana, também menor de idade e que estava na festa, relatou à polícia que a vítima fez uso de um comprimido de ecstasy. A adolescente contou que ambas foram barradas na porta da festa pelos seguranças, mas conversaram com alguns organizadores e tiveram a entrada autorizada, mesmo sem a apresentação do documento de identidade.

Socorro e morte
Mariana foi levada pelos próprios amigos até à UPA e depois liberada com diagnóstico de doença infecciosa intestinal. O irmão da jovem, Felipe Augusto Carniel, disse que a adolescente voltou para casa ainda se sentindo muito mal e a família decidiu levá-la à unidade de saúde novamente na segunda-feira (9). "Ela não estava falando, ela não tinha força para sentar, para levantar. Ela só gemia, reclamava de dor."

Na UPA, segundo Carniel, a adolescente teria sofrido uma parada cardiorrespiratória e foi levada para o HC-RP, onde foi hospitalizada, já em coma. A adolescente morreu nesta quinta-feira (12). O laudo que indicará a causa da morte ainda não foi divulgado.
Amigos socorreram Mariana durante a festa e dizem que ela vomitava muito (Foto: Valdinei Malaguti/ EPTV)

Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde informou que Mariana foi atendida na noite de domingo (8), mesmo sem estar acompanhada dos pais, uma vez que menores de idade devem ser atendidos e medicados sempre na presença dos responsáveis. "Foi constatado que ela apresentava uma intoxicação exógena, foi medicada e liberada", diz o comunicado.

Ainda de acordo com a pasta, a jovem voltou à UPA na manhã de segunda-feira e apresentava hemograma normal, mas foi regulada ao HC-RP às 12h, "saindo da unidade entubada."

Investigação
O delegado Renato Savério afirmou que aguarda o laudo e o atestado de óbito, que devem ficar prontos em dez dias, para iniciar os depoimentos de testemunhas e familiares. Ainda de acordo com ele, a hipótese de que alguma substância tenha sido colocada na bebida de Mariana não está descartada.

“O inquérito vai versar principalmente sobre o fato de essas adolescentes terem ingressado na festa, que era uma rave e não poderia ter menores de idade. Como elas entraram, se teve consumo de droga, se não teve, quem entregou as drogas a essas adolescentes e se essa foi mesmo a causa da morte”, disse Savério.

AUTOR: G1/SP

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