Dois engenheiros e o proprietário de uma construtora foram indiciados pelos crimes de falsidade ideológica e prevaricação. O inquérito finalizado ontem constatou a falha na execução da obra da adutora de Itapipoca, localizada a 147 km de Fortaleza. Problemas de abastecimento geraram prejuízo à população.
A Delegacia de Crimes Contra a Administração e Finanças Públicas (DCCAFD) enviou o caso ao Ministério Público, que tem cinco dias para se manifestar.
Segundo informações do titular da DCCAFP, delegado Everardo Lima, as investigações apontam para uma série de falhas na obra que pode ter causado a ruptura dos tubos de PVC.
O engenheiro da empresa Coba (Consultores para Obras, Barragens e Planejamento), contratada pelo Estado para supervisionar a construção da adutora, Francisco Rodrigues de Lima, e o proprietário da empreiteira PWE, Francisco Rodrigues de Lima, foram indiciados por falsificação ideológica.
Falsidade ideológica
"O colchão arenoso foi pago e temos um boletim de medição que comprova o pagamento do colchão. Se eu tenho um serviço que foi pago e não foi executado, mas foi colocado na planilha, é caracterizado como falsificação ideológica", explica o titular da delegacia. Já o agente da fiscalização estadual da Superintendência de Obras Hidraulícas do estado do Ceará (Sohidra), Jorge Suraty, foi indiciado por prevaricação. Ele seria responsável por cuidar da execução das obras.
A investigação constatou que, um leito arenoso, uma espécie de colchão utilizado para proteger a tubulação, não foi construído. E o encaixe dos tubos, que deveria ser feito de uma maneira manual, ocorreu por meio com a ponta da retroescavadeira. Outro fato levantado pelo delegado foram os tubos estocados de maneira irregular. A reportagem tentou contato com as empresas, mas não obteve êxito.
AUTOR: DN
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