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domingo, 12 de junho de 2016

EMPRESA DE ÔNIBUS NÃO DEU SUPORTE À FAMÍLIA DE CEARENSE MORTO EM ACIDENTE, EM SP

Damião dos Santos, cearense morto em acidente em SP (Foto: Reprodução/Facebook)

Após três dias da tragédia que vitimou 18 pessoas em acidente na rodovia que liga Mogi das Cruzes a Bertioga, a família de um dos três cearenses diz que até agora não recebeu nenhum apoio da Viação União do Litoral, empresa responsável pelo ônibus que transportava os universitários, e não conversou com outros familiares a respeito de processos legais. Na verdade, Cleide Santos, irmã de Damião dos Santos, acredita que não houve culpado.

"A polícia está investigando ainda, mas foi uma fatalidade. Ninguém teve culpa. O motorista tentou de todas as formas segurar o ônibus, mas, como era serra, perdeu o controle e capotou. E nós tivemos o privilégio de ver meu irmão perfeito, enquanto outros estavam em caixão lacrado. Pudemos beijar no rosto do meu irmão, tava intacto, não machucou muito por fora, mas teve traumatismo craniano", justifica.

Cleide foi a São Sebastião (SP) com o irmão Marciel e a mãe Margarida para participar do velório e enterro do irmão e apoiar o sobrinho e a cunhada Juliana Xavier. "Eles estão arrasados. Tá muito difícil, ainda não caiu a ficha. Minha mãe não ficou na casa deles. Foi pra casa de minha irmã em Guarujá", desabafa.

Velório e Enterro

Sobre o velório e enterro, Cleide diz que foi uma comoção em São Sebastião, cidade onde as vítimas foram sepultadas. "Imagine oito caixões saindo. Foi um clamor", relata.

Nove das 18 vítimas foram veladas e enterradas nesta sexta-feira (10). Os três cearenses, Maria Maceno, Daniela Dias e Damião dos Santos participaram do velório coletivo, que ocorreu no ginásio poliesportivo do município.

O sepultamento foi marcado pela comoção dos familiares e amigos. Algumas pessoas demonstravam-se inconformadas com o acidente ocorrido com o ônibus da Viação União do Litoral. Ainda sem informações conclusivas, muitos especulavam os motivos da tragédia.
Por volta das 9h30 desta sexta, familiares começaram a levar a pé, em cortejo, os caixões em direção à capela Nossa Senhora do Carmo e Senhor Bom Jesus, vizinha do cemitério municipal. Os enterros ocorreram um por vez. No pátio da capela, alguns familiares que aguardavam pelo sepultamento pediram, em tom de desabafo e revolta, justiça.

"Eu não sei como vai ser, mas vamos tentar viver- de certa forma- sem ele. Ele era querido pelos amigos e familiares", desabafou Cleide, que voltará para Mauriti, na segunda-feira (13). A mãe de Damião ficará mais tempo. A preocupação agora é com a esposa , Juliana Xavier, e o filho de 12 anos deixados pelo cearense.

O caso

Dezoito pessoas morreram após o acidente envolvendo um ônibus fretado que capotou, na noite desta quarta-feira (8), na Rodovia Mogi-Bertioga, no limite entre as cidades paulistas de Mogi das Cruzes e Bertioga. O ônibus levava universitários de Mogi das Cruzes para São Sebastião e tombou na pista sentido litoral. No km 84 da rodovia, na descida da serra, o motorista perdeu o controle logo depois de fazer uma curva, atravessou a pista, bateu nas pedras, capotou e caiu em um barranco.

Segundo o delegado Fábio Pierri, o ônibus estava acima da velocidade permitida, de 60 km/h, mas a polícia ainda apura outros fatores que podem ter contribuído para o acidente. A empresa União do Litoral contesta a informação e afirmou que o velocímetro do ônibus envolvido no acidente registrava 41 km/h.

No entanto, o tacógrafo do veículo - espécie de caixa-preta - é quem determinará oficialmente a velocidade precisa do acidente. O objeto foi apreendido pela Polícia Civil e passará por perícia.

A Polícia Civil informou que não chovia e não havia neblina no momento do acidente, mas a pista poderia estar escorregadia. A empresa do ônibus contesta e diz que havia neblina no momento do acidente.

AUTOR: DN

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