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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

OS ÓRFÃOS DO TRÁFICO: A INOCÊNCIA QUE PROTEGE AS CRIANÇAS VÍTIMAS

Entre a realidade e os sonhos, crescem os órfãos do tráfico de drogas/FABIO LIMA

Onde a disputa pelo domínio do tráfico gera uma guerra que parece sem fim, histórias de perda e de dor não fazem preferência por facção. De um lado e de outro das gangues a violência se repete. E vitima, com doses maiores de crueldade, quem nada deveria sofrer: as crianças. Filhas de pais jovens que foram presos ou assassinados por razões ligadas à venda de drogas, elas carregam a marca de viver na capital brasileira com maior índice de morte de jovens. Sentem na pele as consequências do Estado que mais mata, a bala, homens de 15 a 29 anos. Muitos deles, pais.

Dona de olhos cor de caramelo, e apenas quatro anos de idade, a menina perdeu o pai assassinado com três tiros poucas semanas após conhecê-lo. É filha de um traficante que, saído da prisão, foi morto para não retomar o posto de líder da boca. Havia recém completado 30 anos.

Poucos metros dali, um garoto de sorriso gratuito e a irmã de cabelo negro e rosto bonito, herdeiros de um criminoso do grupo rival, também não têm pai - ele foi assassinado, aos 26 anos, com dois tiros numa movimentada avenida da Cidade. Os irmãos quase não conviveram em liberdade com o homem que os gerou. Enquanto o tiveram por perto, sofreram ameaças dos inimigos dele.

Sem idade para entender as maldades do mundo, a menina dos olhos de caramelo já sabe o que significa a palavra luto. Sente até hoje a falta do pai, que “caiu da bicicleta”, como lhe disse a mãe o que ela repete pra si mesma quando bate a saudade ou alguém pergunta por ele. A gravidez aconteceu durante as visitas ao companheiro no presídio. A mulher não queria outro filho, mas ele insistiu que tivessem a 

menina. Quando ela chegou, o pai não aceitou que levassem a recém-nascida para vê-lo. “Ele dizia que ali não era canto pra criança”, diz a mãe, que chora ao lembrar do apego imediato que a menina teve com o pai nunca visto. “O sangue pegou, foi impressionante”.

Irmã de outros três, a menina que já não tem o pai não é a única da família a conviver com essa falta. O primeiro marido da mãe está preso e só fala com os dois filhos, de nove e sete anos, por telefone, de vez em quando. O irmão mais novo, ainda bebê, sofre a negligência do último namorado materno: não recebe pensão nem carinho do pai. O primo, com somente um ano, também acaba de ficar órfão graças ao tráfico.

Alheia às ausências que a rodeiam, a menina tem um sonho para quando crescer. “Vou ser princesa”, diz. Como nos contos de fada, que quase sempre começam de uma tragédia, ela nem imagina o quanto sua inocência a protege.

Sem lágrima

Quando o assunto é o pai, a menina de cabelo negro e rosto bonito, de dez anos, nem sequer consegue falar. Desde que ele morreu, três anos atrás, só chorou uma vez. Recebeu a notícia sem esboçar reação, mas dias depois veio a saudade e o pranto. “Daí em diante ela não chora mais, nem fala nada, não pergunta”, diz a mãe. 

O irmão, de nove anos, enjeitado do amor paterno por causa dos problemas cerebrais, carrega o nome do pai assassinado, mas adotou o padrasto como referência paterna. Carinhoso, “pai” é uma das poucas palavras que ele pronuncia bem e só direciona ao ex-companheiro da mãe. (Raphaelle Batista)

* O POVO opta por não identificar os personagens, nem seus responsáveis, tampouco o local onde vivem, para preservar as famílias e as crianças.

Saiba mais
Pesquisa divulgada em janeiro deste ano aponta Fortaleza como a capital com maior índice de homicídios de adolescentes do País. Os dados são referentes ao ano de 2012: http://bit.ly/1DihPtP.

O Ceará é o 3º estado que mais mata jovens a bala no Brasil, segundo o Mapa da Violência 2015: http://bit.ly/1K8dfas..

Segundo o Censo Penitenciário do Ceará 2013/2014, 64,4% dos homens declaram ter um ou mais filhos.
A Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) informou que as visitas das crianças e adolescentes aos pais presos ocorrem uma vez por mês, com data específica para cada unidade prisional. Os adultos têm direito à visita nos horários programados pelas unidades, semanalmente. Na semana dos pais, algumas unidades promoveram ações de encontro das famílias com os detentos. 

No entanto, não há um programa permanente de estímulo do vínculo entre pais e filhos no sistema.

AUTOR: O POVO

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