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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

ASSASSINATO DE RADIALISTA: POLÍCIA DO CEARÁ SÓ PRENDEU 'PEQUENOS'

Por Rômulo Rocha

- Delegado fala na existência de uma outra mulher no caso – seriam então cinco no apoio e execução do plano de matar –, e de um “cara importantíssimo”, já num escalão mais alto.

Um estado em que seus profissionais da área de comunicação são assassinados com o uso arcaico de pistoleiros é um estado onde a democracia que o rege está doentia. E o estado do Ceará padece desse mal que vem assolando sua imagem mundo afora. Um mal que já devia ter sido erradicado do País, mas que é frequente no nordeste brasileiro, e o que é pior, frise-se – se é que se pode dizer que há algo de menos nocivo nisso –, um recorrente modo para matar profissionais de imprensa. No Ceará, há muitos exemplo de casos assim.

Até agora, as investigações feitas pela Polícia sobre a morte do radialista Gleydson Carvalho, no pacato e belo município de Camocim, a 379 km da capital Fortaleza – morto última semana com três tiros enquanto apresentava seu programa na rádio Liberdade FM –, apontam para um complô altamente planejado com o objetivo de ceifar a vida do profissional, conhecido pela cruzada contra políticos corruptos da região nordeste do estado, e com o uso da pistolagem.

ERA PARA SER MORTO AO VIVO

Última segunda-feira, o 180 esteve durante todo o dia na cidade, e apurou que a intenção por trás da morte do diretor executivo da Rádio Liberdade FM não era somente a de ceifar uma vida, mas deveria ser também um recado transmitido ao vivo para todos. Os próprios integrantes da rádio suspeitam que ao matar o radialista, os dois prováveis pistoleiros que adentraram o recinto, renderam a recepcionista e acuaram um técnico da rádio, não atingiram 100% seu objetivo. 

Isso porque, no momento dos disparos, a rádio estava no intervalo musical, com isso, os tiros deflagrados não puderam ser escutados pelos ouvintes. 

Uma cena de horror, que possivelmente, para os bandidos, foi incompleta. “Por que não mataram ele em outro lugar?”, questionou um profissional da rádio.
ATÉ NA FRANÇA ELES USARAM CAPUZ, NO CEARÁ NÃO

Na França, eles também planejam atentados contra a Liberdade de Expressão, como o posto em prática contra o jornal satírico Charlie Hebdo. Em ambos os casos existiram planejamento, mas há pelo menos uma diferença notória entre eles: o uso de capuz pelos terroristas, ainda que sejam suicidas declarados, e morrer como mártir uma honra para eles. 

Já os homens que invadiram a rádio Liberdade FM, o fizeram sem medo de serem reconhecidos, entraram com o rosto descoberto. Não temeram, embora não atuem em uma causa onde morrer é símbolo de honras. 

Algo que faz corar qualquer estado democrático de direito.
Na França, os terroristas, quando do ataque ao Charlie Hebdo, usaram capuz. Em Camocim, os pistoleiros nada usaram para encobrir seus rostos

Assim, esses pistoleiros e todos os envolvidos atentaram de forma destemida e acintosa não só contra a vida humana, mas contra o Estado de Direito, a Democracia, a Liberdade de Expressão, a Liberdade de Imprensa e o direito de informar e de ser informado. Isso tudo, por si só, já mereceria uma resposta à altura por parte do Estado e do seu governo, capitaneado pelo governador Camilo Santana (PT), mas a cada dia que passa, sem a prisão dos mandantes e dos atiradores, um fracasso a mais é somado à derrota em seu todo.

AO CASO

O 180 irá divulgar a partir de hoje, algumas matérias relacionadas ao acontecido, envolvendo a morte do radialista Gleydson Carvalho, e ainda algumas entrevistas, além de revelar alguns fatos como os que permeiam as perguntas e respostas abaixo, onde o entrevistado é o delegado responsável pelo caso, Herbert Ponte e Silva, que atua no município de Camocim e é novato na região, como ele fez questão de frisar.

No grupo de pessoas que contribuíram para a morte do radialista, houve quem planejasse, quem desse apoio, quem executasse, quem financiasse e quem mandasse matar. Alguns dos envolvidos exerceram mais de uma função nessa teia criminosa. A suspeita é de que existiriam políticos da região envolvidos.

O 180 chegou a ouvir de uma autoridade, cujo nome pediu para não ser publicado, a palavra “consórcio”. Também chegou a ouvir o suposto numerário pago pela vida do radialista, algo em torno de “R$ 100 mil”, sendo R$ 50 mil para cada pistoleiro, para por em prática toda a operação, com um acréscimo após o trabalho. Informações que as demais autoridades não citam, não falam, não ‘sabem’ ou não confirmam. 

A Polícia Civil, por exemplo, diz que foram apreendidos com dois integrantes do grupo, os ‘peixes pequenos’ presos acusados de envolvimento no caso, somente R$ 1.800,00.

Esses dois que foram presos, no entanto, aparentemente deram somente apoio e ajudaram a disfarçar as intenções do grupo. São Gisele de Sousa do Nascimento e Francisco Carneiro Portela, presos em uma casa na localidade de Serrota, distrito de Senador Sá, a 83 km de Camocim. Os pistoleiros ainda estão soltos e os supostos mandantes também.

A Polícia acrescentou ainda que esses dois integram um grupo de cinco, formado ainda pelos dois que invadiram a rádio e uma outra mulher, cujo nome não foi ainda declinado. A imprensa do Ceará até o momento só noticiou o envolvimento de 4 pessoas na execução do plano, mas o leque seria maior, segundo o próprio delegado.Veja entrevista com o delegado logo abaixo.

DOIS CASAIS ALUGARAM UMA PENSÃO NA FRENTE DA RÁDIO

O delegado Herbert Ponte e Silva também confirmou para o 180 que dois casais - as duas mulheres e os dois pistoleiros - alugaram uma “pousada” que ficaria “em frente” à rádio, e de lá observaram a movimentação no ambiente e aperfeiçoaram a execução do plano. 

Nesse momento de coleta de informações por parte do grupo, que como se vê, teria agido de forma bem planejada, para não levantar suspeitas iniciais, Francisco Antônio Carneiro Portela – que seria, também segundo o delegado, "sobrinho" de um dos pistoleiros – teria ficado na casa de apoio em Serrota, onde eles diziam e espalhavam para vizinhança que seria um comércio, um bar.
Chegaram até a iniciar a pintura do ambiente. Tudo para não levantar suspeitas. A casa servia, além de abrigo e de local de planejamento, também de possível rota de fuga após a execução, já que o local, praticamente despovoado, permite a saída para diversos locais dentro do Ceará. A polícia desaconselhou o 180 a ir nesse recinto.

POLÍCIA CIVIL NÃO PEDIU APOIO DA MILITAR PARA PRENDER PISTOLEIROS

Outro ponto que está sendo questionado na cidade de Camocim é a forma como se deu a operação da Polícia Civil para prender o grupo. Na ocasião, estariam na casa dois pistoleiros, o sobrinho, e uma das mulheres que participaram do plano de apoio. A segunda mulher não se encontrava no local. 

Quando da batida policial, após um telefonema anônimo, eles prenderam somente os apoiadores do plano – os dois pistoleiros fugiram.
Casa de onde os pistoleiros fugiram

O delegado revela na entrevista ao 180 que realmente não pediu o apoio da Polícia Militar, que estava preparada para a operação, bastando somente ser acionada. A frequência da rádio das duas polícias, inclusive, é fácil de ser usada, mas não foi acionada. 

O 180 apurou que a PM local, de Camocim, estava com 12 viaturas à disposição e dezenas de homens altamente preparados. Quatro deles chegaram a dar apoio ao 180 – acionados que foram após o carro da reportagem ter sido seguido por um sujeito intimidador e sem nenhum medo de demonstrar que estava seguindo o veículo em uma moto preta, sem identificação.

“NINGUÉM BATE NA PORTA, SEM CERCAR O QUINTAL”

O 180 apurou também que esses homens da Força Tática disponíveis para operação estavam fortemente armados, possuíam granada de luz e som, ferramentas para arrombamento, explosivo, holofote, farol de busca e tudo mais necessário para uma perseguição demorada se preciso fosse. A casa era pequena, era o espaço de um bar.

A operação, da forma como foi deflagrada pela Civil, que antes estava trabalhando em parceria com a Militar, parece ter causado uma divisão entre as duas polícias, que na região, já era bem acirrada. Procurado, o Major Artunane Aguiar, que comanda a Força Tática em Camocim, não quis falar com a reportagem. Uma autoridade policial ao ser ouvida pelo 180, sobre o caso, resumiu-se a dizer: “ninguém bate na porta, sem cercar o quintal”. Também pediu para que seu nome não fosse mencionado.

A PM, quando chegou ao local, a Polícia Civil já havia saído. Ao todo só teriam participado da operação 4 homens da Civil, que deixaram os dois pistoleiros escaparem. “Já nós, tínhamos homens e veículos para cercar o distrito de Serrota todo”, diz a mesma fonte dentro da Polícia Militar. A ordem da cúpula do governo é prender todos os envolvidos vivos para que entreguem os mandantes.

“NÃO HOUVE FALHA”, DIZ DELEGADO

O delegado da Polícia Civil nega, entretanto, qualquer falha na operação. “Não houve falha delegado?”, pergunta o 180. “Nenhuma. Qual foi a falha? Dois fugiram. Mas eu descobri o crime. Qual foi a falha? Se eu não prendo? Se eu demoro? Ia fugir todo mundo, e aí, tu ia achar o quê? O que que ia ficar para tu pegar? Nada. (...) Não ia ter nada se tu não age com rapidez. 

Então a gente tinha que agir rápido, porque a história que a gente tinha é de que os caras iriam chegar lá e em seguida, de madrugadinha, iriam fugir. Então não tinha para onde correr. Na minha opinião o importante é você elucidar o crime, agora se alguém acha que não. Então aí é problema de ótica, de visão, de entendimento da situação”, falou.
A rádio Liberdade FM, onde o jornalista foi morto, fica numa das mais movimentadas vias públicas de Camocim

NO CASEBRE HAVIAM DOIS PORCOS NO QUINTAL

Uma das indagações que fica, porém, é como é que uma polícia treinada, profissional, não conseguiu dar cabo de cercar um casebre com todos dentro? “Lá tinham dois porcos no quintal somente, nem cachorro tinha”, diz uma fonte. Na casa, não tinha como fugir pela lateral. Ou era pela frente, ou pelos fundos. Por que isso não foi checado antes da invasão?

Outra indagação, é por que a foto do jornalista não foi apresentada pela Polícia Civil entre o material apreendido, mas foi encontrada pela Polícia Militar - que teria chegado à casa logo depois que a Civil saiu - e exposta no vídeo feito e divulgado abaixo? Como a Civil, aparentemente, deixa uma foto escapar do seu campo de visão?

E onde estão os talões também mostrados no vídeo apresentado pela Polícia Militar à imprensa e que servem para comprovar de quem era a casa? Há uma dissonância entre o que a Polícia Civil anuncia para imprensa e o que ela mesmo deixou para trás, ou não seria bem isso?

Os talões seriam em nome de alguém ligado a um prefeito da região. Segundo o delegado, o dono da casa teria acompanhado a Polícia Civil até o local, quando da operação que deixou escapar os pistoleiros.

Para repasses de informações sob a condição de ter o sigilo resguardado:jornalistaromulorocha@uol.com.br.

VEJA O QUE DIZ SOBRE O CASO O DELEGADO DE CAMOCIM. HÁ MUITAS INFORMAÇÕES NÃO REVELADAS ATÉ O MOMENTO
O delegado responsável pelo caso, Herbert Ponte e Silva, frente a frente com o 180

180: Como é que estão as investigações?
Herbert Ponte e Silva: Na minha opinião estão muito boas, porque o crime já foi elucidado... então, eu acho que estão no caminho certo.

180: O crime já foi elucidado?
Herbert Ponte e Silva: Já.

180: Então, quem foram os mandantes?
Herbert Ponte e Silva: Se você me perguntar quem que atirou, aí eu lhe digo. Os mandantes é uma coisa que está sendo elucidada ainda.

180: Aquelas duas pessoas que foram presas, qual a participação no crime que ocorreu?
Herbert Ponte e Silva: Eles estavam juntos, porque eles foram contratados para matar o cara. Então eles conseguiram alugar uma casa, lá na Serrota, distrito de Senador Sá (...), fizeram o levantamento do local do crime. E eles dois que foram presos ficaram lá, montando a casa, ajeitando, dizendo que iriam montar um comércio, um distrito deste tamanho, um povoadozinho (...). Depois foram em uma pousada em frente à rádio, quase em frente à rádio. Aí, lá eles se hospedaram, o pistoleiro, que é o ‘Baixinho’, com a mulher, e um enteado com a mulher dele também. Ficaram lá hospedados, fizeram o levantamento (...). Vieram os quatro, dois casais se hospedaram.

180: Então está faltando prender um casal?
Herbert Ponte e Silva: Tem dois soltos, que fugiram, e tem um casal preso, não é isso?
180: Isso.
Herbert Ponte e Silva: Então falta ir preso esses dois e mais uma mulher. Mas essa mulher (...), eu ainda estou levantando quem é, e nós vamos pedir a prisão dela, porque ela não apareceu até o momento, só tem assim o primeiro nome, mas não tem ainda mandado [de prisão], não tem nada.

180: Então existiam esses cinco, tinha essa casa no distrito...
Herbert Ponte e Silva [interrompendo]: Só tinha quatro [na casa invadida]. Só tinha quatro. Uma mulher não estava no local.

180: Então eram dois pistoleiros?
Herbert Ponte e Silva: Dois pistoleiros. Um sobrinho de um pistoleiro e uma mulher.

180: Quando vieram para pousada, vieram em quantos?
Herbert Ponte e Silva: Quatro.

180: Vieram os quatro, e abandonaram lá o local?
Herbert Ponte e Silva: Duas mulheres e dois homens. Que são dois pistoleiros e duas mulheres.

180: E o sobrinho ficou lá?
Herbert Ponte e Silva: Ficou lá aguardando.

180: E eles ficaram quanto tempo aqui [na pousada]?
Herbert Ponte e Silva: Segundo ela [mulher presa], dois dias. (...) Passaram um dia todinho, fizeram o levantamento do local... iriam cometer o crime. No outro dia foram embora.

180: O senhor tem ideia de onde estariam esses que estão soltos, ou de quanto tempo leva para prendê-los?
Herbert Ponte e Silva: Era para ter sido, não sei porque não foi. Porque eu deixei os caras sem calção, no meio do mato, sem dinheiro, sem transporte e sem água.

180: Eles fugiram sem calção no dia em que fizeram o cerco lá na casa?
Herbert Ponte e Silva: É.

180: O senhor participou da operação no dia?
Herbert Ponte e Silva: Estava.

180: Em dinheiro foi apreendido quanto?
Herbert Ponte e Silva: Foi R$ 1.800,00 em dinheiro.

180: E os depoimentos desses que foram presos?
Herbert Ponte e Silva: É aquela coisa, né? Não querem dizer muita coisa. Estão assim se segurando. Não querem se comprometer.

180: Nenhum dos dois quer se comprometer.
Herbert Ponte e Silva: Mas confirma que estavam lá com os dois [pistoleiros].

180: O governador, de alguma forma, concedeu estrutura policial, ligou para o senhor, disse algo [em termo de orientação]?
Herbert Ponte e Silva: O delegado geral ligou para mim, porque até então, houve o crime, (...) quando quiseram mandar alguma coisa para cá eu já tinha prendido. O crime ocorreu meio dia e meia quando foi 11 horas da noite, os caras já estavam presos, né? Então não teve nem tempo de mandar nada para cá, porque já estava tudo elucidado.

180: E quanto aos outros dois [que têm mandados de prisão], tem homens em campo para prendê-los?
Herbert Ponte e Silva: Tem.

180: Esse trabalho [o ato da prisão] foi em conjunto com a Polícia Militar ou foi só Civil?
Herbert Ponte e Silva: Só Civil.

180: Não quiseram envolvimento com a Militar? [O distrito onde foram presos dos acusados de envolvimento fica a mais de 80km de Camocim, tempo suficiente para comunicação].
Herbert Ponte e Silva: Não, que não houve nem tempo. A investigação é nossa e a gente fez a abordagem, estamos fazendo o inquérito policial e os policiais ainda estão no campo para ver se prendem os caras que fugiram.

180: Agora delegado, a população da cidade critica a operação pelo fato deles terem fugido, o senhor não acha que houve alguma falha?
Herbert Ponte e Silva: Nenhuma. Qual foi a falha? Dois fugiram. Mas eu descobri o crime. Qual foi a falha? Se eu não prendo? Se eu demoro? Ia fugir todo mundo, e aí, tu ia achar o quê? O que que ia ficar para tu pegar? Nada. (...) Não ia ter nada se tu não age com rapidez. Então a gente tinha que agir rápido, porque a história que a gente tinha é que os caras iriam chegar lá e em seguida, de madrugadinha, iriam fugir. Então não tinha para onde correr. Em minha opinião, o importante é você elucidar o crime, agora se alguém acha que não?

O MANDANTE

180: Tem político envolvido, da região?
Herbert Ponte e Silva: Está se investigando. Agora que a coisa vai andar. (...) Porque na minha opinião, o importante é você elucidar, agora estão achando que a operação foi que foi falha, então aí é problema de ótica, de visão, de entendimento da situação. Porque para mim o importante é você descobrir o crime. Pelo menos a função da Polícia Civil é essa.
Um outro agente na delegacia que chegou, abriu a porta e ficou ouvindo a conversa: Um [crime] com 24 horas ser descoberto o mandante...
Herbert Ponte e Silva: 11 horas.

180: Não, mas aí foi descoberto o grupo em si, [já] o mandante ainda não se tem.
Agente: É porque não pode ser divulgado...
Herbert Ponte e Silva: O mandante... eu não vou chegar... não vou dizer isso, aquilo outro, eu estou investigando ainda, e com certeza eu vou chegar lá.

180: Então isso [a não divulgação] é para não atrapalhar as investigações?
Herbert Ponte e Silva: O cara bota no blog, o que está acontecendo tudo. Acessa o Blog 24 horas que tu vê o que aconteceu.

SOBRE AS APREENSÕES NA RESIDÊNCIA

180: Foram duas armas?
Agente: Eram duas armas. Dois 38.

180: Eram novas, as armas?
Herbert Ponte e Silva: Usadas, as armas.

180: (...) O que está sendo feito mais pela polícia?
Herbert Ponte e Silva: A primeira parte nós fizemos. Elucidar o crime, quem matou. E agora nós vamos partir para a segunda fase, com relação a quem mandou [matar], contratou os caras.

180: (...) Há políticos envolvidos, há suspeita de envolvimento de político?
Herbert Ponte e Silva: Não posso dizer não. Não posso, porque estou começando aqui. Dizer uma coisa para depois lá na frente está desdizendo. Mas a Polícia Militar pode lhe dizer.

180: Eles estão investigando também?
Herbert Ponte e Silva: Na certa, né? Não estão as notícias nos blogs todos? É complicado. Quem investiga é a Polícia Civil. Aí fica complicada a coisa.

180: O certo é que o governador já viu que o senhor tinha agido então, [não mandou reforços]...
Herbert Ponte e Silva: Funciona tudo devagarinho, mas...

180: Mas ele não chegou a mandar homens para cá?
Herbert Ponte e Silva: Não.

180: Não mandou ninguém de fora, ou ligado à Polícia Civil de Fortaleza para cá?
Herbert Ponte e Silva: Não, não. A gente está aqui investigando. A gente chega lá. Não chegamos nos caras, por que não chegamos no mandante, não é? Agora tem que ir de devagar com o andor, que o santo é de barro, não é?

PRISÃO DE "UM CARA IMPORTANTÍSSIMO"

180: A mulher da vítima, o senhor chegou a ouvir?
Herbert Ponte e Silva: Não. Ela veio, mas não tinha condição de falar. Nervosa. Mas ela não tinha muito o que dizer. Só fazia chorar.

180: Mas o senhor acredita que termina [esse inquérito] com trinta dias?
Herbert Ponte e Silva: Eu acredito que sim, trinta dias (...).

180: Já com o mandante?
Herbert Ponte e Silva: A coisa está andando, andando rápido. É que a gente não pode estar falando mais do que o necessário. (...) Hoje era para eu estar com um cara preso. Um cara importantíssimo dentro do negócio. E não estou.

180: Além dos dois pistoleiros?
Herbert Ponte e Silva: É. Mas ai atrapalharam [supostas divulgações em blogs]. Espantaram o cara. (...) Era para eu estar com um cara preso hoje, que era para eu resolver um bocado de coisa, mas aí me atrapalharam.

180: O governo em si, está acompanhando isso? Pergunto porque está tendo uma pressão muito grande da imprensa...
Herbert Ponte e Silva: Está acompanhando. O delegado-geral. O meu diretor. Está em contato direto. Explico o que que eu vou fazer, como é que vou fazer.

180: O senhor tem hoje quantos homens trabalhando na solução deste crime?
Herbert Ponte e Silva: Ah, estou com a delegacia todinha trabalhando [neste caso].

180: Aqui [na delegacia] são quantos agentes?
Herbert Ponte e Silva: São 10 policiais e inspetores. Duas viaturas boas.

180: O senhor acredita que esse pessoal ainda está aqui [na região]?
Herbert Ponte e Silva: Rapaz, eles entraram dentro do mato lá, eu acredito que eles ainda estão na área.

AUTOR: 180 GRAUS/Repórter: Rômulo Rocha - Enviado a Camocim

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