HOMICÍDIOS CAEM 4,9% EM ABRIL, MAS SITUAÇÃO NO INTERIOR CEARENSE PREOCUPA SSPDS

Messias Robson dos Santos, 26, foi morto com mais de 20 tiros no dia 3 de abril, na porta da casa dele, na Barra do Ceará, que faz parte da AIS 1 FOTO: NAVAL SARMENTO

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) divulgou as estatísticas dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que englobam homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, registrados no último mês de abril, no Ceará. Conforme a SSPDS, houve uma redução de 4,9% dos índices em relação ao igual período de 2014. Foram 328 casos registrados no mês, quatro a mais que a meta estabelecida pela Secretaria que era de 324, contra 345 em 2014.

As Áreas Integradas de Segurança (AISs) que compõem os territórios denominados Fortaleza e Região Metropolitana conseguiram reduzir os índices, enquanto os territórios Interior Sul e Interior Norte apresentaram alta nas estatísticas. O Interior Norte foi a região mais problemática e registrou um aumento de 27% nos CVLIs.

A região que apresentou os melhores resultados foi a de Fortaleza, que reduziu 17%. Das AISs que ficam na Capital a da Orla, foi a que apresentou maior alta, aumento de 100% em comparação com abril de 2014.

O governador do Estado, Camilo Santana, esteve reunido com os comandantes das AISs e com o secretário de Segurança Pública, Delci Teixeira, ontem. Ele considerou os resultados expressivos e importantes. "Segurança Pública é um trabalho contínuo e diário de planejamento, de organização e é isto que estamos fazendo", afirmou Santana.

O secretário Delci Teixeira disse que o Interior Norte é o que tem preocupado mais, por conta da alta e das chacinas ocorridas nos municípios de Sobral e Maranguape. "Pelos resultados que tivemos, o que nos preocupa é esta região. É claro que tivemos problemas em razão das chacinas que ocorreram, mas felizmente a todas essas situações foram dadas respostas imediatas", salientou o titular da Pasta.

O secretário disse que acredita que a redução do número de CVLIs será satisfatória até o fim do ano. "Analisamos as estatísticas dia a dia. Isto nos leva a um controle efetivo dos dados. Estamos apenas no começo e temos uma longa jornada neste combate ao crime, mas entendemos que estamos no caminho certo".

Para o titular da SSPDS, é importante que exista um contato maior da Inteligência da SSPDS com a Secretaria de Justiça (Sejus), sobre a soltura de criminosos perigosos, que podem se envolver em crimes de grandes proporções como as chacinas.

"Nestes casos sempre está havendo a participação de pessoas envolvidas com drogas, ou que estão saindo do sistema prisional. Normalmente, quando estas pessoas são liberadas começam os crimes em determinadas regiões. Então, se já tivermos o perfil delas é mais fácil identifica-las. Isto não significa que todos que saem da Cadeia vão matar de novo, mas grande parte sai e mata, por vingança ou por retomada de espaço no tráfico", afirmou Teixeira. 

A interiorização do Batalhão de Policiamento e Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio), da Companhia Integrada Operações Aéreas (Ciopaer) e a criação do Batalhão de Divisas deverão acontecer em breve.

Roubos

Delci Teixeira declarou que a SSPDS ainda não tem um programa que dê precisão do número de crimes contra o patrimônio, como os roubos e furtos. Segundo Teixeira, a implantação de uma ferramenta que vai possibilitar a lavratura de Boletins de Ocorrência (B.O.S) pode ajudar a diminuir a subnotificação. O aparelho já vai estar nas novas viaturas, que devem ir às ruas em julho. "Sabemos que existe uma subnotificação de crimes, o que não nos dá uma ideia precisa de quantos assaltos ocorrem. 

A população não procurar a delegacia porque sabe que vai ter que entrar em uma fila. Acreditamos que essa ferramenta vai facilitar isso e poderemos ter esse número de roubos e furtos".

AUTOR: DN