QUADRILHA É PRESA POR SEQUESTRO DE ADVOGADO, EM FORTALEZA (CE)

'Ires' teria arquitetado plano com ajuda dos comparsas porque foi demitida da casa da vítima Marcos Freitas era o mais violento do bando, tanto no dia do sequestro, quando durante as ligações 'Luquinha', que disse ser médium, afirmou que o sonho de ser 'pai de santo de entidade' estava desfeito 'Cleudo' já participou de uma tentativa de motim, ocorrida na noite de quarta-feira, na carceragem do 2º DP

Quatro pessoas suspeitas de sequestrar, extorquir e roubar um advogado foram presas, pela equipe do 2º DP (Aldeota), na noite da última terça-feira, nos bairros Barra do Ceará e Bom Jardim. De acordo com a Polícia, o bando estava exigindo R$ 200 mil do idoso e ameaçava matar a filha dele, caso a quantia não fosse paga até o último dia 15.

Conforme o titular do 2º DP, delegado Ricardo Romagnoli, a trama partiu de Antônia Ailes Mendes de Amorim, a 'Ires', 28. Ela teria trabalhado na casa do advogado durante quatro meses, mas acabou sendo demitida ao ser flagrada trabalhando embriagada. Há cerca de um ano ela estaria planejando um jeito de prejudicar o ex-patrão. "Ires tinha ódio da família por conta da demissão. Era uma coisa doentia. Foi então que ela decidiu se associar a três homens e colocar em prática essa série de crimes", disse o delegado.

Os três comparsas de 'Ires', citados por Romagnoli são o companheiro dela, Francicleudo Bessa da Silva, o 'Cleudo', 21; o cunhado dela, Marcos Sousa de Freitas, 29; e Francisco Lucas Ferreira da Silva, o 'Luquinha', 21. O delegado revelou que eles se dizem irmãos, porque frequentam o mesmo centro de ritos de umbanda.

"Eles frequentam um terreiro de macumba no Bom Jardim, onde estreitaram os laços e firmaram esta parceria. O 'Luquinha' disse que o maior sonho dele era ser (zelador) pai de santo de uma entidade, mas com a prisão isso teria se tornado muito difícil. Parecia realmente uma ideia fixa, só falava nisso enquanto era feito o flagrante", revelou o delegado Romagnoli.

O crime

No dia 8 de abril, 'Ires' teria abordado a vítima quando ela saía de uma clínica, onde se submete a sessões de hemodiálise, na Rua José Vilar, no bairro Aldeota. Segundo a Polícia, Freitas teria apontado uma arma para o advogado, enquanto 'Luquinha' e 'Cleudo' davam apoio à ação em duas motocicletas. 

"Ela entrou no carro a força e obrigou a vítima a ir em quatro agências bancárias, no Montese, Bairro de Fátima e Parquelândia para sacar dinheiro, mas ele estava só com o cartão de crédito. Eles então roubaram R$ 100 que estava na carteira dele e começaram as ameaças", disse Romagnoli.

Segundo o delegado, a quadrilha fez diversas ligações para o advogado exigindo R$200 mil ou a filha dele seria morta. "Todos eles ligaram, mas o Marcos era o mais violento. Ele sempre foi mais agressivo e quem mais repetia sobre a morte da universitária", revelou.

Na véspera do dia em que o bando deu o ultimato para o pagamento da quantia exigida, a equipe do 2º DP efetuou as prisões. Marcos Freitas foi encontrado em uma oficina mecânica , na Barra do Ceará, e informou o endereço de 'Ires'. A Polícia foi ao lugar indicado, no bairro Bom Jardim, e encontrou os três suspeitos jantando juntos.

"Eles estavam arquitetando a finalização do plano na hora em que foram presos. O dinheiro seria dividido por todos e 'Ires' confessa que a ameaça de matar a moça seria cumprida se o dinheiro não fosse entregue pelo idoso", declarou o delegado.

O Departamento de Inteligência da Polícia Civil (DIP) também participou da operação. O delegado Luís Carlos Dantas acompanhou o momento em que as prisões foram efetuadas.

Motim

Conforme Ricardo Romagnoli, na noite da última quarta-feira, os detentos que estão na carceragem do 2º DP tentaram se amotinar e Fracicleudo Bessa participou da rebelião. A quadrilha foi autuada por roubo, extorsão qualificada e também por associação criminosa.

AUTOR: DN