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quinta-feira, 9 de abril de 2015

"JÁ SABEMOS QUEM MATOU LEWDINHO", DIZ DELEGADO

Cristiane Coelho acusa o ex-marido de ter cometido o crime e, ainda, de tê-la agredido
Francilewdo Bezerra diz que a mulher tentou matá-lo e a aponta como a assassina do próprio filho FOTOS: BRUNO GOMES

A Polícia já sabe quem matou o menino Lewdo Ricardo Coelho Severino, na noite de 10 de novembro de 2014. O menino foi envenenado com chumbinho, agrotóxico proibido e utilizado para matar ratos dentro da própria casa. Na ocasião, o pai da criança, o subtenente do Exército Brasileiro (EB) Francilewdo Bezerra Severino, também foi envenenado.

A mãe da vítima, Cristiane Renata Coelho, acusa o ex-marido de ter cometido o crime e, ainda, de tê-la agredido. O homem diz que a mulher tentou matá-lo, e a aponta como assassina do próprio filho.

O delegado que preside o Inquérito, Wilder Brito Sobreira, titular do 16º DP (Dias Macêdo), afirma já ter a resposta para a questão. Ontem foi realizada a segunda reconstituição do crime, na casa em que vivia a família, no Conjunto Napoleão Viana, bairro Dias Macêdo. Após os trabalhos, Sobreira disse ter dirimido todas as dúvidas.

"Havia alguns pontos obscuros em que tínhamos apenas indícios e não seríamos irresponsáveis de relatar fatos assim. A Perícia, após vários materiais submetidos, como análise de celulares apreendidos, nos apresentou dados novos, que com essa nova reprodução simulada dos fatos, foi satisfatório. Diria que estamos muito satisfeitos com o resultado ora desenvolvido. Temos hoje capacidade de produzir um relatório final com toda a certeza e dizer para a população quem verdadeiramente assassinou o 'Lewdinho' e podemos dizer com melhor robustez um resultado final", afirmou.

Eletrônicos

Conforme o delegado, a utilização de aparelhos eletrônicos forneceu informações que o levaram a descobrir o que aconteceu naquela casa.

"Havia uma série de pontos que estávamos querendo entender. Quando colocamos o celular do Francilewdo disponibilizado para análise, pedimos também o dela (Cristiane), que protelou até dia 27 (de janeiro). Encaminhamos à Perícia e nas análises verificamos que havia alguns pontos que tinham de ser respondidos, como foram agora", ressaltou o delegado.

Sobreira afirmou que até a próxima terça-feira (14) aguarda a chegada do relatório final da reconstituição, conforme projetaram os peritos que atuaram ontem no local. "Quando laudar esse material, teremos muitas novidades. Novidades boas, por sinal. Eles (peritos) ficaram de entregar o laudo de reprodução simulada até semana que vem", frisou o presidente do inquérito.

Reconstituição

O trabalho realizado ontem foi feito a pedido da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e havia sido remarcado no último dia 28 de março.

Naquela ocasião, Cristiane não compareceu alegando passar por uma crise de tendinite e ter de ficar 10 dias em repouso. Um atestado médico foi apresentado ao delegado para justificar a ausência.

Antes, porém, em 22 de dezembro, uma reprodução simulada já havia sido realizada na casa, sob forte comoção dos pais da criança. Naquela ocasião, o delegado afirmou que havia 'várias contradições' nas versões apresentadas pelo casal na reconstituição e na acareação.

A casa onde a família morava, que era alugada, já havia sido devolvida e outras pessoas a estão ocupando. Desta forma, foi necessário pedir autorização para o espaço ser utilizado pela Polícia. O subtenente, que voltou a trabalhar na última semana, chegou ainda pela manhã à casa, acompanhado do advogado Walmir Medeiros. "Tive de almoçar nas casas vizinhas, esperando começar", afirmou.

A mulher somente chegou ao local às 14h, acompanhada do advogado Paulo Quezado. A alegação do atraso foi que a defesa de Cristiane teria solicitado apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar para garantir proteção à mulher.

Do lado de fora da casa, populares se aglomeraram com cartazes e camisas pedindo por justiça. Em vários momentos hostilizaram Cristiane. Ao fim da reconstituição, a mulher deixou o local novamente no carro do advogado, enquanto gritos e xingamentos eram dirigidos a ela pelos que ocupavam as calçadas. Francilewdo conversou com a imprensa e deixou a casa no banco do passageiro de um carro, acompanhado de familiares.

AUTOR: DN

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