FORTALEZA (CE), REGISTRA 1 ÓBITO E 25 RESGATES NO MAR

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a Praia do Futuro representa risco aos banhistas, pois há valas no mar. O momento de maior perigo é quando a maré começa a encher e estas valas ficam mais fundas, segundo o major FOTO: KID JÚNIOR

O grupamento de salva-vidas do Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal teve trabalho redobrado no feriadão da Semana Santa e Tiradentes. No total, foram 25 resgates e um óbito por afogamento. Os dados são preliminares, o balanço geral sairá hoje.

De acordo com o comandante de Salvamento Aquático do Corpo de Bombeiros, major Cláudio Barreto, da última sexta-feira até o meio-dia de ontem, o grupamento de 44 homens, distribuídos em oito quilômetros da Praia do Futuro, resgatou 12 pessoas que estavam se afogando no mar, com um óbito confirmado até ontem.

Os números são 30% menores do que o ano passado em relação aos salvamentos com vida. "Em 2013, em igual período, foram 16 ocorrências, só que não houve nenhuma morte", compara ele.

Já os salva-vidas da Guarda Municipal, responsáveis pelo trecho do litoral compreendido entre a Barra do Ceará e Beira-Mar, registraram oito afogamentos no período, sem óbito. Nas lagoas, especialmente na Maraponga, foram cinco resgates. Os números são praticamente os mesmo do ano passado.

Para o inspetor Anísio Ramos, a grande preocupação é com as pessoas que ingerem bebida alcoólica e com o banho na lagoa. "A pessoa pode até pensar que, por saber nadar, nada vai acontecer. Águas das lagoas são diferentes das do mar. Elas são mais pesadas, mais densas, e puxam para baixo. Já nas do mar, a tendência é fazer a pessoa boiar", explica. Por mês, nas operações realizadas nos sábados, domingos e feriados, o grupamento faz, em média, 20 salvamentos nas lagoas da Capital.

O major Cláudio Barreto também destacou que, fora a Praia do Futuro, as lagoas do Banana, do Cauípe e o encontro do Rio Cocó com o mar, na região do Caça e Pesca, sempre merecem atenção especial. "São locais de valas e muito perigosos", diz.

Sobre o óbito, ele informou que o corpo de Cícero Félix de Souza, 34 anos, foi encontrado "boiando" no mar, na manhã do domingo, no setor localizado em frente à barraca Água na Boca, na Praia do Futuro. Ele explicou que Cícero se afogou no último sábado, após entrar na água por volta de 18h, no encontro do rio com o mar, entre o Caça e Pesca e Sabiaguaba.

Familiares disseram ao Corpo de Bombeiros que o homem "era pescador e nadava muito bem". No entanto, segundo os parentes, ele passou o sábado bebendo e tinha crises de epilepsia.

O major relatou que os bombeiros realizaram buscas no local ainda durante a noite do último sábado. "O corpo de Cícero só foi encontrado na manhã de domingo, por volta de 11h, após a retomada das buscas", conta.

Na Capital, confirma ele, foi o único óbito. Já no Interior do Estado, foram registrados, até a noite do último sábado, dois afogamentos com morte, sendo um em Cariré e outro no Crato.

O Corpo de Bombeiros recomenda que, para garantir mais segurança quando for à praia, o ideal é que a pessoa procure um local com a presença de guarda-vidas. Na extensão da Praia do Futuro, a corporação possui, em fins de semana normais, 25 guarda-vidas trabalhando na Praia do Futuro, distribuídos em nove postos de salvamento.

É importante lembrar que a Praia do Futuro apresenta muitos riscos aos banhistas, devido à existência de valas no mar. O major alerta que o momento de maior perigo é "quando a maré começa a encher e as valas ficam mais fundas".

Informação

Cláudio Barreto não confirmou uma outra informação de afogamento com morte durante o feriadão. Segundo fontes não oficiais, no sábado, outro pescador experiente também foi encontrado morto às margens de um rio no bairro Dias Macedo.

Raimundo da Silva, de 51 anos, estava desaparecido desde a última sexta-feira, quando saiu para pescar. Ele foi encontrado pelo irmão, no rio que fica próximo à Avenida Alberto Craveiro. A suspeita, diz o irmão da vítima, é que ele também tenha ingerido bebida alcoólica antes de entrar na água.

AUTOR: DN