A Polícia Civil, por meio da Divisão de Proteção ao Estudante (Dipre), tem a difícil missão de reduzir os índices do uso de drogas no Estado. Para atingir suas metas vem realizando, dentro das escolas, cursos, palestras e abordagens com estudantes, educadores e a comunidade. As frentes preventivas organizadas pelos policiais atuam, principalmente, dentro das unidades educacionais. O trabalho é realizado com crianças e adolescente a partir de 12 anos de idade.
A Dipre vai completar neste ano,19 anos de atuação em combate a vários problemas vividos pelos jovens. A unidade foi criada em 1995 para prevenir o uso de drogas, alcoolismo, violência, doenças sexualmente transmissíveis (DST) e o bulling. O projeto "Uma Ciranda Pela Vida" prevê ações preventivas em instituições educacionais para que a exposição do problema ganhe mais dimensão e espaço para debates.
Conforme o diretor da Divisão, o delegado, Germano Camelo, em 2013, os cursos desenvolvidos pela Dipre formaram, aproximadamente, 80 mil jovens e adolescentes em todo o Estado. O objetivo do órgão é formar de 2012 até 2015, 100 mil jovens para que sejam multiplicadores da prevenção e levem o conhecimento para as comunidades onde moram evitando que outras pessoas entre no mundo das drogas ilícitas.
Metodologia
O método utilizado pela equipe do órgão é desenvolvido de forma bastante didática. O tema é levado para dentro da escola e discutido com cautela e as atividades desenvolvidas acontecem de acordo com a faixa etária dos alunos. Os policias ministram palestras, seminários, oficinas e cursos de capacitação para os estudantes.
De acordo Germano Camelo, a Polícia trabalha com duas frentes: a repressiva - que pune quem realiza atividades ilícitas e os que vão de confronto com as leis. A segunda maneira e, mais eficiente, na opinião dele, é a frente preventiva. Esta segunda alternativa orienta os jovens e mostra quais modelos não seguir. Para o delegado, a iniciação no universo das drogas surge muito cedo e em vários casos o usuário experimenta por curiosidade ou para ser aceito em um determinado grupo social. "Depois de ter o problema identificando cabe também à Polícia, junto com a escola e com a sociedade, conversar com este jovem e mostrar para ele quais são as graves consequências do uso das drogas", acrescenta.
E como base nesta vertente de que a prevenção é a melhor alternativa, o órgão vem trabalhando em instituições de ensino públicas e privadas. O contato se dá da seguinte forma, o projeto é encaminhado para as escolas contendo as informações sobre seus métodos e objetivos. Caso a instituição tenha interesse ela aciona a Dipre e marca uma data para que os policiais realizem a visita na escola e desenvolvam o seu trabalho sócio educacional.
Polícia comunitária
Para Germano Camelo, a polícia deve fazer esse trabalho junto a sociedade e prevenir a iniciação no universo das drogas pois o método é mais eficaz e benéfico. " A nova polícia é colaboradora, é amiga do cidadão. A sociedade reconhece e passa a confiar mais no nosso trabalho", conta.
Os policias que realizam as atividades com os alunos são educadores capacitados em sociologia e em outras áreas da educação. Eles possuem especialização em dependências química e qualificações para abordar com sensibilidade e profundidade o tema escolhido pela instituição de ensino.
Nos últimos cinco anos, mais de 100 municípios do interior do Estado tiveram acesso aos projetos da Dipre. Após debater os problemas e sintetizar os debates é elaborado junto com a sociedade um plano de ações para a prevenção do uso de drogas.
Gestores de escolas, empresas ou repartições privadas que desejam receber a comissão da Dipre pode entrar em contato através do número 3101.7416 ou enviar um e-mail para dipre@policiacivil.Ce.Gov.Br.
A especializada conta ainda com uma página na rede social Facebook, no perfil, "Dipre Ciranda". Através deste perfil, o internauta pode acessar a página e tirar suas dúvidas sobre os projetos e sugerir melhorias para as atividades desenvolvidas.
Município também possui projetos
A Prefeitura de Fortaleza também possui um órgão especializado competente para assuntos relacionados às drogas, a Coordenadoria de Políticas sobre Drogas (CP Drogas). A unidade trabalha com medidas preventivas com as crianças e atende familiares de pessoas viciadas, jovens e adultos usuários de drogas ou que estejam em situação de vulnerabilidade.
Um dos projetos desenvolvidos é o "Caravana Tamo Junto a Favor da Vida" que trabalha em três eixos: prevenção cuidado e reinserção.
Conforme a coordenadora adjunta do CP Drogas, Evelyne Bastos, na prevenção, ocorrem atividades educativas dentro das instituições de ensino e orientação sobre os efeitos do uso das drogas e as formas de evitar o vício.
Evelyne Bastos conta que neste momento é fundamental investir em alternativas para os jovens. "Depois de todo o debate é imprescindível que eles tenham uma ocupação e uma das formas encontradas é a pratica de esportes", conta.
Ainda de acordo com Evelyne Bastos, a segunda etapa do programa é o cuidado com o paciente. A partir do momento em que o usuário decide ser tratado ele recebe atenção de vários setores; das unidades de saúde até a assistência social. Neste segundo plano, além do esforço em deixar o vício, a CP Drogas reconhece que é necessário entender e acolher o usuário de maneira humanizada.
Para atender os pacientes viciados e prestar um bom serviço foram capacitados 450 profissionais de diversas áreas.
Por fim, após recuperar o ex-usuário, ocorre a reinserção do jovem/adulto na sociedade. Ele recebe cursos para que se profissionalizar e voltar a ter uma vida digna e normal. O perfil dos usuários atendidos pela CD Drogas mostra que a maioria são homens entre 19 a 35 anos.
Até o início deste mês, o órgão havia atendido 4.118 familiares e usuários de álcool, crack e outras drogas, por meio do atendimento 24h da CP Drogas no disque 0800.032.1472. Além da central telefônica a população pode ir até o Centro Integrado de Referência sobre Drogas situado na Av. Luciano Carneiro, 99, no bairro de Fátima.
AUTOR: DN
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