Familiares, amigos e colegas de profissão do taxista Antônio Ediano Nobre, 55, e de outros profissionais assaltados e assassinados em Fortaleza, realizaram uma manifestação pacífica na frente da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), no bairro Presidente Kennedy, na manhã de ontem.
O protesto aconteceu no local para onde foram levados os suspeitos do latrocínio (roubo seguido de morte) que vitimou Antônio Ediano, crime ocorrido na noite da última quinta-feira (14). Os dois adolescentes prestaram depoimento, na manhã de ontem, na presença da promotora de Justiça Fátima Pereira Valente, da Vara da Infância e da Juventude.
Logo que chegou à DCA, a representante do Ministério Público foi cercada pelos manifestantes, que exigiram uma punição rígida para os acusados do latrocínio.
"Prerrogativas"
"Ninguém quer que a sociedade seja agredida", disse a promotora. Ela ressaltou, no entanto, que os adolescentes infratores "têm prerrogativas legais".
Os menores deveriam prestar depoimento na própria DCA, no entanto, a presença dos manifestantes ali fez com que eles fossem ouvidos no Centro de Triagem, onde ambos estavam recolhidos desde o fim da tarde de anteontem. Ambos foram presos numa operação da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) nos bairros Álvaro Weyne e Carlito Pamplona.
Os parentes do taxista clamaram por uma reforma no Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca), para que os infratores sejam punidos com mais rigor. Um dos cartazes continha a frase "Se pode votar, pode pagar pelos crimes cometidos".
O presidente do Sindicato dos taxistas, Vicente de Paula Oliveira, lembrou que a reunião que teve com o delegado Fernando Menezes, da Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol), logo após a categoria fazer uma manifestação na porta da SSPDS, deu um certo alívio à categoria. Segundo ele, houve uma promessa de realização de mais abordagens policiais, nas quais haverá uma revista minuciosa nos táxis.
Medo
Os taxistas lutam ainda para que os veículos possam ser adaptados com uma proteção à prova de balas. Esse compartimento deixaria o taxista separado do passageiro, mas para Vicente de Paula é uma forma de dar mais segurança aos taxistas. "Hoje, os colegas trabalham com medo, não importa a hora", afirmou.
AUTOR: DN
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