Câmeras de segurança se tornaram aliadas da Polícia na investigação de ações criminosas, principalmente homicídios. Os estabelecimentos comerciais estão adotando a tecnologia no sentido de identificar assaltantes e as imagens acabam se tornando provas judiciais.
A informação é do titular do 7º DP (Pirambu), delegado Barbosa Filho, que elucidou um caso de latrocínio (roubo seguido de morte) no bairro Carlito Pamplona (zona Oeste de Fortaleza) após a identificação dos criminosos a partir das imagens da câmeras de segurança de um estabelecimento comercial instalado próximo ao local do crime.
Assalto
A vítima do assassinato foi o feirante Domingos Neto Félix, morto na madrugada do dia 27 de novembro de 2012, quando se dirigia ao trabalho em uma bicicleta. O crime ocorreu na Avenida Poste, próximo ao Mercado do Carlito Pamplona.
De acordo com informações do delegado Barbosa, quando a Polícia passou a investigar o caso, se deparou com a câmera e solicitou as imagens ao proprietário do estabelecimento. Elas registraram o momento em que o comerciante foi abordado pelo assaltante e baleado quando descia da bicicleta.
Imagens
Para o titular do 7º DP, a qualidade da câmera foi essencial para a identificação dos bandidos. "Imediatamente, chamamos a Imprensa para divulgar as imagens e as pessoas começaram a ligar para a delegacia denunciando o paradeiro dos latrocidas", explica o delegado.
"Com a onda de violência, a câmera é de grande importância. Já precisamos de imagens da Prefeitura e fomos prontamente atendidos. Já identificamos bandidos em imagens do circuito interno de segurança de clínicas e pontos comerciais. Divulgamos na Imprensa e tem sempre uma pessoa que reconhece o criminoso pelas imagens e liga para a delegacia fornecendo o nome, apelido ou nome da mãe dele", comenta Barbosa.
O delegado alerta que é necessária a manutenção dos equipamentos, pois já ocorreram casos em que este estava danificado e foi impossível a identificação dos criminosos filmados.
Já o inspetor-chefe do 34º DP (Centro), Julierme Sena, também identificou os assassinos de um comerciante por meio de imagens das câmeras de segurança instaladas em um comércio próximo ao local do crime.
Outro caso
Já o inspetor chefe do 34º DO (Centro), Julierme Sena, também identificou os assassinos de um comerciante por imagens das câmeras de segurança instaladas próximas do local do crime. A vítima Antônio Teixeira Lopes Azevedo, 58, conhecido por ´Nazareno´, era proprietária de uma loja de móveis na Avenida Bezerra de Menezes, bairro Otávio Bonfim.
´Nazareno´ foi morto com tiros na cabeça na Avenida Duque de Caxias, no Centro. A equipe da Polícia Civil do 34º DP passou a investigar o caso e refez a trajetória da vítima.
Nesta diligência, foram encontradas seis câmeras de segurança que monitoraram o caminho que o veículo da vítima fez e as imagens de um automóvel que seguiu o carro da vítima. Este detalhe chamou a atenção dos policiais.
Zoom
Ainda de acordo com o inspetor, uma das câmeras possuia um zoom óptico capaz de identificar a placa do Gol preto, de placas NQU-0896. A partir da informação, os policiais identificaram o proprietário do carro e mostraram a fotografia do suspeito para uma testemunha, que identificou o homem como o autor do homicídio.
A Polícia realizou uma ´campana ´durante 72 horas até encontrar o universitário do curso de Administração de uma faculdade particular Rayan Rebouças Beltrão Malta e seu comparsa, Walter Yuri Moura, ambos de 23 anos. O universitário confessou o crime e disse que investigava a vítima após descobrir que ela possuia muito dinheiro, principalmente porque trabalhava com agiotagem. Mas disse à Polícia que os disparos foram efetuados por Walter.
Com a comprovação da participação dos criminosos, a Polícia praticamente encerrou a investigação, faltando somente esclarecer o motivo, já que os suspeitos entraram em contradições.
Equipamentos também podem esclarecer acidentes
Além dos crimes de homicídio, ações de assaltos e até acidentes passaram a ser solucionados a partir da análise de imagens de câmeras do circuito de segurança. "Houve um acidente entre três veículos na área do Centro em que o automóvel que causou o acidente fugiu. O motociclista teve ferimentos graves e foi encaminhado ao IJF. A equipe do 34º conseguiu as imagens e identificou a placa do veículo", relembra o inspetor Julierme Sena.
Por meio de imagens das câmeras, também foi desarticulada uma quadrilha que realizava sequestros-relâmpagos. Os criminosos obrigavam as vítimas a efetuar saques em caixas eletrônicos localizados em supermercados da Capital.
Prisões
No mês de agosto passado, a partir do circuito interno de segurança de um dos supermercados a equipe do 34º DP realizou a prisão de Gleison Cruz Neves, o ´Gleisinho´, Roney Silva Santos, o ´Baiano´, Weverton Oliveira da Costa, ´o ´Careca´; e Francisco Edilberto Sousa David, conhecido como ´Betinho´´.
A quadrilha atuava na área do Meireles, Aldeota e Praia de Iracema. Todos respondiam na Justiça por crimes como formação de quadrilha, roubo e porte ilegal de arma de fogo. O bando foi detido durante uma operação da equipe do 34º DP com o apoio da Polícia Militar.
As câmeras do Controle de Tráfego em Área de Fortaleza (CTAfor), que monitoram o trânsito de pontos estratégicos da Capital durante 24 horas, e as câmeras do sistema de videomonitoramento da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), também são fundamentais para as investigações da Polícia Civil.
Segundo informações do inspetor Julierme, sempre que a Polícia necessita de imagens colhidas pelas câmeras do órgão, é enviado um ofício e a equipe responsável pelo caso recebe todo o material de imagens em CD ou pen drive para realizar o levantamento nas diligências.
Qualidade
Para o diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), delegado Jairo Façanha Pequeno, a maior dificuldade nas investigações com câmeras é a qualidade dos equipamentos. Segundo ele, as pessoas compram as câmeras com imagens de baixa qualidade, que captam imagens ruins e, portanto, não identificam os acusados. Para o delegado, ainda é necessário investir na tecnologia para que as investigações tenham êxito.
O DPE também teve, por exemplo, acesso as imagens que foram fundamentais para elucidar o latrocínio que vitimou o padre Elvis Marcelino da Silva, 47. Elas mostraram que os acusados estavam há várias horas na Praia de Iracema observando possíveis vítimas.
Imagens mostram assalto ao padre
As imagens colhidas por câmeras próximas do local onde o padre Elvis Marcelino da Silva foi morto, na Praia de Iracema, foram fundamentais para a rápida elucidação do crime.
As imagens captadas mostraram que, quando notaram o padre entrando no seu carro, que estava estacionado próximo ao Centro Cultural Dragão do Mar, os bandidos decidiram atacá-lo.
O padre foi cercado por Ednardo Alves dos Santos, 22, ´ o Tinardo´ e Réris Silva dos Santos, 20, que foram presos.
Segundo informações do delegado Jairo Pequeno, a hipótese de que o padre reagiu ao assalto foi descartada, pois as imagens analisadas pela Polícia Civil mostraram nitidamente que o religioso não esboçou qualquer reação diante dos criminosos.
O caso
O sacerdote de 47 anos foi vítima de um latrocínio (roubo seguido de morte) entre as ruas José Avelino e Senador Almino.
Ele foi atingido por um tiro nas costas. O padre era diretor do Centro Educacional da Juventude Padre João Piamarta. No dia do crime o padre Elvis havia sido convidado por uma comunidade religiosa para assistir a um festival de quadrilhas na Praia de Iracema. No início das investigações a Polícia Civil obteve informações de que três homens haviam cometido o crime. Eles fugiram no automóvel Gol do religioso e abandonaram o carro na Avenida Dom Manuel.
As imagens das mostraram que a ação criminosa foi realizada por dois homens, que tinham a intenção de praticar um sequestro-relâmpago. A dupla não obtive êxito e matou o padre.
AUTOR: DN
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