PROCESSO DE AMANDA CHEGA À FASE DAS 'ALEGAÇÕES FINAIS'

 

Amanda passou vários meses presa e agora aguarda o julgamento em liberdade FOTO: NATINHO RODRIGUES


O juiz José de Castro Andrade, titular da Terceira Vara do Júri da Capital, determinou, ontem, que o processo sobre a morte de quatro pessoas em um acidente de trânsito, no bairro Cajazeiras, há um ano, seja entregue às partes (defesa e acusação) para a apresentação das ´alegações finais´. A acusada do crime é a estudante universitária Amanda Cruz da Silva.

O fato ocorreu no dia 17 de março do ano passado, quando a universitária, trafegando em um veículo de um amigo, perdeu o controle da direção e avançou sobre a calçada da Avenida Deputado Paulino Rocha, matando, de uma só vez, a jovem Marcilene Silva Maia, de 17 anos, que estava grávida, a filha dela, Ana Rafaela da Silva Maia, de 1 ano e 7 meses; além de Alex Nascimento Sousa. Amanda acabou sendo indiciada por crime de homicídio por dolo eventual (quando não há intenção de matar, mas o agente assume o risco de produzir o resultado fatal).

Alegações

Em entrevista ao Diário do Nordeste na tarde de ontem, por telefone, o magistrado informou que esta é a etapa do processo em que as partes deverão apresentar suas argumentações finais antes de ser anunciada a pronúncia, isto é, o momento em que a Justiça manda o réu a julgamento. No caso de Amanda, ela deverá ser julgada por crime de homicídio qualificado. A estudante permanece em liberdade depois de passar vários meses cumprindo prisão preventiva no Presídio Feminino.

O juiz explica que houve demora por parte da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) em remeter para a Justiça os laudos de perícias complementares que foram requisitadas na fase inicial do processo. Alguns desses pedidos foram feitos pelo Ministério Público, através do promotor de Justiça Humberto Ibiapina. Entre as conclusões dos peritos, a informação de que o carro que a garota trafegava no dia do acidente apresentava vários defeitos pela má conservação.

Ao depor perante a Polícia, logo após o acidente, a estudante contou que tinha passado a noite anterior em uma festa e havia consumido bebidas alcoólicas. Amanda contou também que era usuária de medicamentos controlados e que estes não poderiam se associar a álcool.

O juiz José Andrade explica que houve demora na conclusão de perícias requisitadas nos autos FOTO: KIKO SILVA

Sem data

O juiz relata que não tem ainda como definir a data do julgamento, já que a defesa poderá ingressar com recurso em sentido estrito contra a pronúncia.

Andrade revelou que deverá não presidir o julgamento da universitária, pois está se aposentando até o começo de abril.

O promotor Humberto Ibiapina, que está se férias, somente apresentará as ´alegações´ do MP quando retornar às atividades.

AUTOR: DN