A Polícia Civil já identificou e tenta localizar o sétimo homem da quadrilha responsável pelo recente sequestro de uma criança, filha de um empresário do ramo de mercadinhos na cidade de Morada Nova (163Km de Fortaleza). O bando começou a ser desarticulado em pleno sábado de Carnaval, quando a equipe da Divisão Antissequestro (DAS), da Polícia Civil, ´estourou´ o cativeiro onde o garoto, de apenas 6 anos de idade, era mantido como refém há quatro dias.
A investigação em torno do caso vinha sendo feita em absoluto sigilo pela equipe da DAS, chefiada pelo delegado Rommel Kerth, e o apoio da Coordenadoria Integrada de Inteligência (Coin), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e do Departamento de Polícia Especializada (DPE).
No sábado, os inspetores e agentes chegaram ao cativeiro, na localidade de Bom Nome, na zona rural do Município de Limoeiro do Norte (194Km de Fortaleza),na Chapada do Apodi.
Prisões
Durante o cerco, pelo menos quatro pessoas acabaram presas em flagrante e duas armas de fogo apreendidas. Os acusados foram identificados como Edilson Gomes Farias, 21; Whemerson Souza Costa, 22; Paulo Henrique Raulino dos Santos, 19; Maria Vanderleuda da Silva Oliveira, 33. No mesmo dia, as autoridades descobriram que o mentor do sequestro foi o presidiário José Aldir Lopes de Oliveira, 39, o ´Zé de Paulo Vaqueiro´.
Na última quinta-feira, agentes da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), capturaram, no Município do Eusébio (Região Metropolitana de Fortaleza), o sexto componente do bando, Maciel Justino Sampaio, 19.
Da cadeia
A investigação da DAS apurou que ´Zé de Paulo Vaqueiro´ estava recolhido na Casa de Privação Provisória da Liberdade (CPPL) do Carrapicho, no Município de Caucaia.
Mesmo atrás das grades, ´Zé de Paulo Vaqueiro´ vinha comandando todas as ações da quadrilha que havia arrebatado o refém. Através de telefone celular ele dava as ordens aos comparsas e até estipulou o valor do resgate a ser exigido aos familiares da vítima para que esta fosse devolvida. As ameaças de morte eram fortes. A investigação foi se aprofundando até que a Polícia interceptasse as ligações procedentes de dentro da CPPL.
O secretário da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Francisco José Bezerra Rodrigues, determinou que a apuração fosse realizada sob absoluto sigilo para não potencializar os riscos à vítima.
Bezerra e o delegado geral da Polícia Civil acompanharam, passo a passo, o desenrolar da investigação sigilosa.
No sábado de Carnaval, Luiz Dantas participou diretamente das prisões juntamente com a equipe do delegado Rommel Kerth. Foi, então, acionado o apoio de uma aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) para auxiliar nas diligências.
Mais um
"Estamos em diligências e a sétima pessoa da quadrilha poderá ser presa até a próxima semana", disse o delegado Rommel Kerth. O nome do homem que está sendo procurado não foi revelado pela DAS.
Mulher foi a responsável por informar a quadrilha
Alguns detalhes da investigação sobre a quadrilha chamaram a atenção das autoridades policiais responsáveis pelo caso. Um deles, foi a participação no delito de pessoas que não tinham nenhum antecedente criminal, mas que demonstraram até um certo ´profissionalismo´ no planejamento e andamento da ação.
Uma delas, era a mulher presa pela Polícia. Segundo o delegado Rommel Kerth, Maria Vanderleuda da Silva Oliveira, 33, foi a responsável por fazer todo o levantamento dos hábitos da criança tomada como refém.
"Ela passou a observar a família e ficou inteirada de toda a rotina da criança, a hora que saía de casa para a escola, a hora que voltava e quando passava no mercadinho", diz Kerth.
Ação
Com base nas informações obtidas pela mulher, a quadrilha colocou em prática o plano elaborado de dentro da cadeia pelo chefe do bando. Na manhã do dia 6, os bandidos invadiram o mercadinho de propriedade do pai do menino. Pelo menos, dois bandidos são vistos nas imagens do crime, captadas pelas câmeras do local. Os sequestradores agiram com muita violência diante da resistência dos pais do garoto. Uma mulher chegou a ser agredida a coronhadas.
De Morada Nova, o menino foi levado direto para o cativeiro em Limoeiro do Norte, local onde passou quatro dias até ser libertado pela equipe da DAS.
AUTOR: DN
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