MÃE DIZ QUE FILHA BALEADA FOI MAL ATENDIDA EM HOSPITAL

Edmara Belo e a filha permaneceram no hospital até a noite passada, aguardando transferência para outro hospital. A menina foi baleada nas costas FOTO: TUNO VIEIRA

Uma adolescente de 12 anos, atingida por bala perdida, na manhã de ontem, na zona Oeste de Fortaleza, teve que esperar, por cerca de 9 horas, pelo atendimento médico no hospital ´Frotinha´ do Antônio Bezerra, conforme denuncia a família.

Carla Lílian Belo de Souza estava voltando da Rodoviária dos Pobres (Avenida Mister Hull) para casa, quando foi atingida com um tiro nas costas, na Travessa Pio Saraiva, bairro Quintino Cunha, por volta das 10 horas. O crime ocorreu quando duas gangues rivais trocavam tiros na rua na disputa pelo domínio do tráfico de drogas naquela região da Capital.

Um tiro

Segundo a mãe da vítima, Edmara Belo de Souza, 37, Carla foi socorrida imediatamente por parentes e encaminhada ao Hospital Distrital Evandro Ayres Moura (HDEAM), o ´Frotinha´ do Antônio Bezerra. Ao chegar ao local, a garota foi examinada superficialmente, recebendo apenas soro fisiológico na veia e dipirona sódica para dor, conforme versão apresentada pelos familiares. A mãe da adolescente disse que o médico responsável pelo atendimento afirmou que a bala teria se quebrado dentro do corpo da garota, e fraturado uma de suas costelas.

A medicação intravenosa provocou náuseas na menina, que acabou vomitando sangue, despertando o desespero da mãe, que foi procurar uma enfermeira, e esta tentou tranquilizá-la, dizendo que o fato era "normal" e que a sua filha ficaria bem.

Conforme constatou a Reportagem, até por volta de 20 horas, Carla ainda aguardava atendimento complementar. Ela permaneceu em uma maca no corredor que funciona como passagem para outras salas. A garota afirmava estar sentindo fortes dores no abdome e tinha uma costela quebrada.

A mãe chegou a pedir transferência para outro hospital, mas o médico responsável pelo primeiro exame disse que a mesma só poderia levar a filha se outra unidade já estivesse esperando-a, e se ela assinasse um termo de responsabilidade, para que o hospital não levasse a culpa se a garota viesse a óbito.

Rotina

A Polícia tem registrado com frequência casos de crianças e adolescentes que acabam sendo atingidos por balas perdidas em tiroteios ocorridos nos bairros periféricos da Capital.

AUTOR: DN