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quarta-feira, 20 de junho de 2012

IML FECHA AS PORTAS PARA NECROPSIAS

Foto: Arquivo TH 

Falta de estrutura do IML, baixos salários e jornada excessiva de trabalho são motivos que levaram médicos 
legistas decidir por greve.

A partir de amanhã, 30 médicos legistas do Instituto Médico Legal (IML) de Maceió e do IML de Arapiraca ficarão sem realizar exames cadavéricos por tempo indeterminado. A decisão pela greve foi acatada pela categoria em assembleia realizada ainda na segunda-feira.

Em Maceió, somente os exames de corpo de delito devem continuar, porém não mais no IML, e sim no Hospital Geral do Estado (HGE). O Serviço de Verificação de Óbito (SVO), órgão da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), também vai realizar exames de corpo de delito. No interior, esses exames serão feitos na Unidade de Emergência do Agreste (UE), em Arapiraca.

Porém, em todos esses órgãos, o procedimento será realizado com ressalvas, conforme afirmou o médico Wellington Galvão, presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed). “Somente os exames de corpo de delito em casos graves serão realizados, como em casos de estupro”, disse.

A defasagem salarial dos médicos legistas, a carga horária de trabalho extrapolada e as deficiências estruturais dos institutos são os motivos para a realização da greve. “Um médico legista em Alagoas está ganhando R$ 2.600 para dar plantão de 24 horas. O ideal seriam 20 horas”, ressalta o presidente.

Ele citou ainda que o piso salarial estipulado pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam) é de R$ 9.600. “Esse orçamento atual não representa nada aos profissionais”, criticou. Galvão afirma que a categoria encaminhou um ofício ao governador Teotonio Vilela Filho para a convocação de uma reunião que dará o pontapé inicial nas negociações.

Indignado com as péssimas condições estruturais do IML de Maceió, o médico foi categórico ao responder sobre qual seria o destino dos cadáveres. “Não sei. Isso é responsabilidade do governo. Porque não guardá-los no Palácio?”, indagou.

PERITOS

Os peritos do Instituto de Criminalística (IC) também ameaçam paralisar esta semana. Em assembleia realizada ontem à noite, a categoria apresentou descontentamento com a remuneração e as condições de trabalho. O presidente da Associação dos Peritos Criminais, Paulo Rogério, afirmou que Alagoas possui 35 peritos, todos insatisfeitos com a política salarial. “Queremos uma política de valorização da categoria. O governo não está cumprindo com o que havia dito”, lembra.
FONTE: TRIBUNA HOJE

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