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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

" É O RECOMEÇO", DIZ VÍTIMA DE TRABALHO ESCRAVO EM MT APÓS CONCLUIR CURSO

Daniel foi submetido a regime de trabalho análogo à escravidão (Foto: Leandro J. Nascimento/G1)

As amizades foram as únicas lembranças boas que Daniel Moraes Ferreira, 27 anos, diz ter guardado na memória dos últimos seis meses de trabalho em uma carvoaria no interior de Mato Grosso. Ele conta não sentir saudades da época do serviço e hoje vê a possibilidade de recomeçar a vida. O sentimento vivido pelo jovem tem uma explicação: Daniel e outros trabalhadores estavam em um grupo considerado de risco e que nos últimos meses foram submetidos ao trabalho escravo em dezenas de propriedades no estado. Atraídos por falsas promessas como a de um emprego com carteira assinada, moradia e alimentação, os trabalhadores eram obrigados a permanecer nas propriedades dos patrões.

Somente em 2011, 91 pessoas em regime de trabalho análogo à escravidão foram resgatadas pela Superintendência Regional de Trabalho de Mato Grosso (SRTE/MT) durante fiscalizações. Ao todo, 194 autos de infração foram lavrados e resultaram em R$ 246.411,40 em pagamento de indenizações. "Eles vêm com mil promessas e caímos na cilada, mas não é nada do que esperamos", contou Daniel ao G1. O trabalhador diz que chegou a ficar escondido em meio à mata para fugir das fiscalizações que rondavam a propriedade. "Quando apareciam os carros e o fiscal batia, os escravos eram colocados no mato, escondidos. Não tinha como sair da fazenda. Como, com um revólver 38 ameaçando? Quem saía era surra ou bala", contou.

Mas, aos poucos, o jovem vê a chance de recomeçar a vida ao lado da família. Casado, Daniel morava em Rondonópolis antes de se ver inserido em meio ao regime abusivo. A oportunidade para o trabalhador está em um novo trabalho junto ao setor da construção civil. Para conseguir a vaga, ele frequentou aulas de qualificação oferecidas pelo projeto 'Ação Integrada', cujo objetivo é atender aos trabalhadores egressos e vulneráveis do serviço escravo com cursos em diferentes áreas.
Formandos do curso receberam diploma (Foto: Leandro J. Nascimento / G1)

No fim de dezembro, Daniel e outros 16 formandos encerraram a etapa do curso e receberam os diplomas na condição de formandos. O mais novo pedreiro no mercado de trabalho planeja construir um novo futuro. "Tudo vai mudar e não quero mais serviços de mato. É um recomeço para minha vida e espero fazer outras coisas", contou Daniel.

As aulas foram ministradas em uma das unidades do Senai em Mato Grosso. O projeto é desenvolvido em parceria com diferentes instuições e durante o período de formação na capital, todos os estudantes foram acolhidos pelo Centro de Pastoral para Migrantes.

"Esse projeto faz mais que qualificar. O que queremos é que todos cresçam como cidadãos, tenham expectativa de vida. Não precisamos nos igualar a ninguém, sermos ou não melhores. É preciso apenas sermos nós", declarou Alda Tereza Attílio, coordenadora executiva do projeto.

Geraldo Rodrigues Neto, 45 anos, e Marcos Barbosa Magalhães, 42 anos, também foram certificados no curso de pedreiros. Os dois também compartilham de uma mesma história. Trabalhavam em propriedades rurais e, apesar de estarem empregados, viviam na condição análoga à de escravos. "O sonho é mudar de vida. O canteiro de obras vai ser um recomeço", descreveu Geraldo, em entrevista ao G1.

Já Marcos Barbosa é enfático. "Não quero mais o serviço de escravo", pontuou. Os trabalhadores resgatados e que frequentaram o curso de alvenaria predial em Cuiabá são provenientes de municípios como Rondonópolis, Juscimeira, Jauru, Chapada dos Guimarães e Comunidade do Chumbo (próximo a Poconé). As aulas foram ministradas entre os dias 28 de novembro a 20 de dezembro, com a carga horária de 180 horas.

O projeto é fruto de uma parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso, Ministério Público do Trabalho e Centro Pastoral para Migrantes. Desde 2009 foram qualificadas 302 pessoas egressas do trabalho escravo ou em condição de vulnerabilidade em cursos como pedreiro, pintor, eletricista e corte e costura.

Escravidão
De acordo com o superintendente-adjunto Regional do Trabalho e Emprego em Mato Grosso, Amarildo Borges, a maior parcela dos frequentadores do curso estava em condição de vulnerabilidade. Ou seja, mesmo não tendo sido encontrados durante as fiscalizações nas propriedades, eram submetidos à prática escrava no local onde trabalhavam.

"O trabalho escravo é a situação onde o ambiente não respeita as regras, as condições de trabalho, o registro profissional, a alimentação. Quando se contrata alguém é preciso manter condições mínimas", argumentou.

Segundo a instrutora do curso, Bernadete da Silva Siqueira, os formandos saem preparados para o mercado de trabalho e aptos a executar serviços como 'tocar obras', reboco, contrapeso. "Eles redescobriram um novo horizonte", observou a instrutora.

Mercado em alta
Os novos pedreiros formados vão ingressar em um dos segmentos que mais abre portas de trabalho em Mato Grosso. A construção civil figurou na quarta posição dos setores que mais geraram empregos entre janeiro e novembro no estado. O saldo da atividade somou 6.874 vagas, obtido a partir da contratação de 46.601 pessoas e o desligamento de 39.727.

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